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DUAS NOVAS VIDAS

Alguns sonhos interrompidos, outros sonhados em dose dupla.Os desafios de meninas que enfrentam a maternidade precoce.
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Por  Leonardo Ferreira e Jéssica Machado
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Sonhar traz motivação para as pessoas planejarem seu futuro, ter uma visão ampla de seus objetivos e uma ideia de como conquistá-los. Os sonhos são fantasias que podem se tornar realidade com muito esforço e dedicação. Porém eles não nos apresentam o futuro, os sonhos podem ser adiados por alguns imprevistos. A gravidez na adolescência pode ser uma dessas eventualidades.


A psicóloga clínica Aline Marques que trabalha com o público adolescente, alerta sobre como a falta de abordagem da educação sexual nas escolas cria um tabu em falar sobre o assunto com os mais jovens que, mal informados, acabam por iniciar antecipadamente a vida sexual. “Se não se passa a informação na escola, os pais também não sabem passar, então quem irá informar esses adolescentes?”, questiona a psicóloga. 

A vida social de muitas adolescentes muda. Na escola são comentários desagradáveis feitos por alunos, professores e profissionais, os amigos se afastam e outras pessoas evitam se aproximar. Foi o que aconteceu com Juliana que se viu grávida aos 14 anos de idade e passou por momentos difíceis na escola e no ambiente familiar. “Muitas amizades que eu tinha foram acabando, ficando escassas, dessas, sobrou somente uma que tenho contato até hoje”, comenta.
O emocional dessas adolescentes é um tópico importante. O processo de lidar com a ideia de ser mãe, a maturidade necessária, a nova vida de desafios que virá, são elementos de grande influência para essas mães jovens. 


“Tanto menino quanto menina não tem essa informação do que é ser mulher, do que é ser mãe, do que esperar ou não de um relacionamento, por que as pessoas se apaixonam? O que é o amor? Esse tipo de coisa não é trabalhado mais com os adolescentes, eles se veem perdidos e a mulher principalmente, ela não entende ainda o seu papel na sociedade, ela não sabe o que ela quer ser, o que que fazer e de repente foi imposto para ela que será uma mãe”. Aline Marques, psicóloga.

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A autoestima sofre um abalo, uma vez que essas adolescentes precisam enfrentar a relação de aceitação com seus corpos devido as grandes mudanças. O sentimento é difícil para muitas mães jovens, que antes viam seus corpos de uma forma completamente diferente e agora precisam aceitar essas transformações. As estrias, a flacidez, a perda e o ganho de peso e entre outros fatores, atingem bastante o corpo que passou por uma gestação. Lidar com essas alterações é algo quase que frequente para essas jovens.

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O marco da gravidez não fica só no corpo, ele permanece para sempre, seja na maturidade e na responsabilidade que agora essas adolescentes precisam ter ou seja na visão de futuro mais estável que agora é pensada para uma outra vida: a da criança. 
Tudo é muito novo. O relacionamento entre a mãe e o filho é um novo incentivo, ter por quem e para quem viver se torna uma motivação para a vida dessas jovens que poderão enfrentar desafios, mas sempre com o ânimo e a força de um amor de mãe.

 

Letícia Grizostino de 21 anos
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